segunda-feira, 16 de maio de 2011

Saiu-me um político nos corn- flakes. (…) Cada governo dava direito a um povo. Havia colegas meus que até já tinham vários povos e estavam a ver se despachavam alguns. Mas com o político que me saiu não conseguia formar governo. Também não o conseguia trocar. Não me servia para nada.
Para que raio queria eu um político repetido?
Ainda pensei deixá-lo colado para ai numa parede qualquer, mas um político e sempre uma coisa que não se quer deixar ao deus dará.
Também não o podia deitar fora, que um político no lixo faz sempre uma grande lixeirada.
Não sabia mesmo o que lhe fazer. Fui para a rua.
- A senhora não quer um político?
- Eu? Um político? Para que raio quero eu um politico? Já tenho trabalho que me chegue em casa com um marido, 3 filhos e 2 netos. Para que quero eu um político que fala, fala, fala mas não ajuda em nada?
- Possa, que não consigo despachar o político...
Não me resta outra alternativa senão comprar outra caderneta. Assim, pelo menos, se um bando de políticos me falhar tenho o outro de reserva.
Ah, e isso de dizer que cada governo dá direito a um povo, é uma treta. Cada povo é que dá direito a um governo. E às vezes, dá-se o caso, de cada povo só dar direito a meio governo, ou até a uma percentagem pequenina de governo. Aliás, atrevo-me até a dizer que, em alguns casos, felizmente poucos, cada povo dá direito a um desgoverno.
Mas destes, felizmente, não fazem cromos.